RS registrou queda nas exportações de couro no segundo semestre
No segundo semestre, as exportações gaúchas de couro acabado, que sempre foram o carro-chefe do contingente exportado pelo principal estado exportador de couro do Brasil, registraram desempenho abaixo do verificado no período anterior, tendo diminuído tanto em valor (-19,1%) quanto em volume (-27,7%), em relação a 2021. "Mas, compensada em parte a perda em volume, houve acréscimo no preço médio de venda, graças ao avançado estágio tecnológico dos produtos desenvolvidos nos curtumes gaúchos", sustenta o presidente-executivo da AICSul, Moacir Berger. Conforme a AICSul, alguns segmentos importantes para o couro gaúcho tiveram desempenho anormal no mercado internacional, principalmente nos últimos meses. "Os couros exportados nos estágios wet blue e semiacabados sofreram queda maior do que os acabados, A guerra na Ucrânia impactou diretamente no volume de negócios, principalmente com a Europa e os Estados Unidos, e a persistente crise sanitária que ainda assola a China, também contribuiu para agravar ainda mais as condições do mercado no Oriente", aponta Berger. No mercado interno, o setor coureiro gaúcho registrou incremento no volume de consumo somente dos artigos destinados a calçados para exportação, que são produzidos em grande percentual com cabedal confeccionado em couro. Segundo o dirigente, o mercado de vestuário ensaiou um aquecimento no primeiro semestre, com boa demanda pelo couro gaúcho, em razão do inverno, mas não teve sustentação nos mesmos níveis nos meses seguintes. "Este quadro permite afirmar que os curtumes tiveram em 2022 uma performance abaixo da verificada em 2021 em área exportada e volume de faturamento, o que, de alguma forma, levou as empresas à readequação de seus níveis de atividade, de modo a permitir a sustentação financeira equilibrada dos empreendimentos", avalia o presidente-executivo da AICSul. Jornal Exclusivo
26 de Janeiro de 2023